TIPOS DE FIBRA ÓPTICA: DADOS TÉCNICOS E APLICAÇÕES

TIPOS DE FIBRA ÓPTICA: DADOS TÉCNICOS E APLICAÇÕES

A fibra óptica revolucionou a transmissão de dados, oferecendo maior velocidade, menor perda de sinal e maior segurança em comparação com os cabos metálicos tradicionais. No entanto, nem todas as fibras ópticas são iguais. Elas são classificadas de acordo com sua estrutura e aplicações específicas. Vamos explorar os principais tipos, seus dados técnicos e onde são utilizados.

1. Fibra Óptica Monomodo (SM - Single Mode)

Características:

  • Diâmetro do núcleo: Aproximadamente 8 a 10 micrômetros

  • Diâmetro da casca: 125 micrômetros

  • Comprimento de onda: Opera em 1310 nm e 1550 nm

  • Largura de banda: Ilimitada teoricamente (prática >10 Gbps a grandes distâncias)

  • Distância de transmissão: Pode ultrapassar 100 km sem necessidade de repetidores

Aplicações:

  • Redes de longa distância (backbones de telecomunicações)

  • Internet de alta velocidade (FTTH - Fiber to the Home)

  • Data centers e interconexões metropolitanas

2. Fibra Óptica Multimodo (MM - Multimode)

Características:

  • Diâmetro do núcleo: 50 ou 62,5 micrômetros

  • Diâmetro da casca: 125 micrômetros

  • Comprimento de onda: Opera em 850 nm e 1300 nm

  • Largura de banda: Limitada pela dispersão modal (dezenas de Gbps para distâncias curtas)

  • Distância de transmissão: Tipicamente até 2 km para baixas velocidades e algumas centenas de metros para velocidades mais altas

Aplicações:

  • Redes locais (LANs)

  • Sistemas de vigilância (CFTV IP)

  • Conexões em data centers de curta distância

Padronização ITU-T para Fibras Ópticas

A União Internacional de Telecomunicações (ITU-T) define padrões para as fibras ópticas, garantindo compatibilidade e desempenho otimizado para diferentes aplicações. As principais categorias são:

  • G.652 (Fibra Monomodo Padrão): Mais comum em redes metropolitanas e de longa distância. Possui baixa atenuação e dispersão moderada em 1310 nm. Subdividida em:

    • G.652A e G.652B: Primeiras versões, com alta dispersão em 1550 nm. Atende transmissões de até 10 Gbps em curtas e médias distâncias.

    • G.652C e G.652D: Melhor desempenho em 1550 nm e baixa atenuação em 1625 nm, suportando melhor aplicações WDM. Flexão mínima de 30 mm de raio.

  • G.653 (Fibra de Dispersão Deslocada - DSF): Projetada para minimizar dispersão cromática em 1550 nm, mas tem limitações em sistemas WDM devido a efeitos não lineares. Permite transmissão eficiente em redes de longa distância.

  • G.654 (Fibra de Baixa Perda para Longa Distância): Tem núcleo feito de sílica pura, oferecendo baixíssima atenuação em 1550 nm, ideal para cabos submarinos. Subdividida em:

    • G.654A a G.654D: Variantes com melhorias na pureza da sílica e otimização para sistemas de alta potência óptica. Baixa atenuação (~0,17 dB/km).

    • G.654E: Versão mais moderna, projetada para suportar transmissão em 100 Gbps e acima. Melhor desempenho em 1550-1625 nm.

  • G.655 (Fibra de Dispersão Nula Não-Zero - NZ-DSF): Controla a dispersão cromática em 1550 nm para minimizar efeitos não lineares, melhorando o desempenho em sistemas DWDM. Subdividida em:

    • G.655A e G.655B: Dispersão entre 0,5 e 6 ps/nm.km, otimizada para WDM.

    • G.655C e G.655D: Melhor controle da dispersão para sistemas de alta capacidade (>40 Gbps).

  • G.656 (Fibra para Transmissão em Banda Alargada): Otimizada para operação em comprimentos de onda entre 1460 e 1625 nm. Ideal para redes ópticas dinâmicas.

  • G.657 (Fibra Flexível para Redes de Acesso): Desenvolvida para instalações internas e externas com curvas acentuadas sem perda significativa de sinal, essencial para redes FTTH (Fiber to the Home). Subdividida em:

    • G.657.A1 e G.657.A2: Compatíveis com G.652, mas com melhor flexibilidade. Raio de curvatura mínimo: A1 (~10 mm), A2 (~7,5 mm).

    • G.657.B1 e G.657.B2: Mais flexíveis que a G.657.A, mas sem total compatibilidade com G.652. Raio de curvatura mínimo: B1 (~7,5 mm), B2 (~5 mm).

Conclusão

A escolha do tipo adequado de fibra óptica depende da necessidade específica da rede. Para transmissões de longa distância e alta velocidade, a fibra monomodo é a melhor opção. Para conexões de curta e média distância, a fibra multimodo pode ser mais econômica. Enquanto isso, as fibras especiais são otimizadas para aplicações específicas, como redes WDM e ambientes industriais. O avanço contínuo da tecnologia óptica está permitindo que novas aplicações surjam, impulsionando ainda mais a comunicação global.